16 janeiro, 2007

Grandes Portugueses

Faz hoje um ano que comecei a escrever este blog. Na altura formei uma série de blogs: achava esta coisa de poder escrever para todo o mundo uma interessante novidade, para não falar de uma tentadora forma de ir partilhando as minhas ideias, levar na cabeça por elas e ficar feliz, por poder, ainda assim, com todos esses avisos, continuar a emitir a minha própria mensagem, sem restrições.

Com o passar do tempo vim a perceber que isto de ter um blog tem mais que se lhe diga: não é apenas uma questão de escrever que o pessoal vem cá ler. Escrever um blog é tarefa para quem verdadeiramente gosta disto e não se importa de gastar um pouco do seu tempo livre a ler, pensar e eventualmente comentar as ideias dos seus pares. É trabalho só para quem gosta, para quem não se importa de perder uma ou duas horas de televisão para poder estar a ler o que passa na cabeça dos outros para depois escrever as coisas que lhe passam pela cabeça. Por outro lado, ao fim de um ou dois blogs visitados, começamos a encontrar demasiados textos de interesse, e aí começamos verdadeiramente a navegar na net: um post leva a outro, e depois queremos saber mais sobre o que o autor do segundo escreveu e vamos encontrar uma ligação a um novo blog... do qual iremos também ler o post mais recente e talvez deixar um comentário.

Vem tudo isto a propósito da quase coincidência entre o primeiro aniversário deste blog em português suave e o programa em que a Maria Elisa apresentou os cem portugueses que a plebe considera mais aptos para representar a nação. Ora, se tirarmos lá o puto dos Morangos com Açucar (que toda a gente sabe como foi lá parar) e a ex-ministra da educação (que ninguém sabe como foi lá parar), ficamos ainda assim com cerca de 30% de grandes portugueses vivos, nos quais podemos contar com dois médicos, um par de investigadores científicos, uma pintora, um arquitecto e apenas dois ou três futebolistas. Do D. Sebastião nem se falou (mas infelizmente falou-se do Sócrates, do Soares e do bombista do Otelo). Não me digam que não temos aqui motivos para alguma alegria!

Trinta (ou vinte, se tirarmos o bombista, os socialistas e a malta da bola) nomes vivos em cem grandes nomes não é nem a opinião de quem não entende nada de história, nem a opinião de quem só se agarra ao passado. Acredito que os nomes dos vivos que foram falados no domingo à noite serão certamente recordados pelos séculos vindouros como o são hoje os nomes do Mouzinho da Silveira, do Eça de Queirós, do D. Pedro IV (que nem por ter sido o instituidor da nossa primeira democracia conseguiu lograr lugar no pódio), de um Pêro Vaz de Caminha, Diogo Cão ou mesmo o semi-luso Espinosa, que hoje tem o seu lugar entre as mentes que criaram a civilização.

Quanto a mim, junto aqui, como quem com o seu punho mete umas notas à lista impressa e oficial, os nomes dos autores dos meus blogues de referência, que tem sido não só uma fonte de inspiração para este blog, como fonte de um belo entretimento e de imenso prazer... mas sem malícia.

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